Opioides na gravidez, que perigo …
O uso de opioides por mulheres grávidas está a tomar dimensões preocupantes, segundo estudos e estatísticas americanas. Sabe o que são opioides? E conhece o risco da toma de opioides na gravidez? Está na hora de descobrir tudo isto com o Bebé a Bordo.
A grande maioria das gestantes, quando descobre que vai ser mamã, inicia um processo de adequação à nova fase da sua vida.
De repente, a alimentação passa a ser mais equilibrada; as atividades físicas são questionadas e integradas de forma saudável na rotina e, claro, as questões relacionadas com a medicação que pode ser tomada surgem e são esclarecidas junto dos médicos e especialistas de saúde que as acompanham.
Questões relativas à segurança da toma de Ibuprofeno ou de metamizol na gravidez são frequentes e sublinham-se os avisos no que diz respeito à importância de que nenhuma mulher grávida se auto-medique.
Nesta fase, mais do que nunca, as preocupações com as drogas e medicamentos tem uma razão de ser. Afinal, o consumo de drogas trata-se de uma das 10 principais causas de uma gravidez de risco.
Embora não seja uma revelação inovadora, o consumo de drogas – como a marijuana, por exemplo – tem preocupado os investigadores da área da ginecologia e obstetrícia.
Revistas tão conceituadas como a Obstetrics & Gynecology têm feito publicações sobre a matéria e revelado dados preocupantes sobre o uso de drogas na gravidez.
Mais recentemente, esta verdadeira “epidemia” em torno das substâncias ilícitas levantou, nos Estados Unidos, uma nova preocupação em torno de uma droga muito particular: os opioides.
Integrando a indústria farmacêutica como composto de inúmeros medicamentos, esta substância pode provocar habituação e o seu vício apresenta consequências nocivas para a saúde das mulheres grávidas e do feto.
Se quer conhecer mais sobre os riscos do uso de opioides na gravidez, este artigo é ideal para si.
1. O que são os opioides?
Um opioide pode ser descrito como um composto químico de ação psicoativa cujos efeitos farmacológicos se assemelham aos do ópio. Ao agirem sobre os recetores opioides, estes funcionam como moduladores da sensação de dor; isto é: agem sobre o sistema nervoso com a finalidade de atenuar as dores.
Tratando-se de um composto que pode criar habituação, este não deixa de estar presente em diversos medicamentos, incluindo alguns de ação analgésica.
Os opioides podem ser comercializados soba forma de cápsulas ou de comprimidos e o seu uso regular ou prolongado já foi responsável pela criação de dependência em várias pessoas, por todo o mundo.
Quais os medicamentos opioides?
Existem vários medicamentos opioides. Ainda assim, entre os mais conhecidos encontram-se a codeína, a metadona, a oxicodona, a oximorfona e o fentanil.
Ainda assim, além destes, existem outros medicamentos no mercado que são, também opioides.
2. Opioides na gravidez: alguns dados
Muita pesquisa tem sido feita em torno da toma de opioides na gravidez e, ao longo dos anos, a tendência crescente nos números que permeiam a questão tem gerado uma forte preocupação sobre a temática.
Tratando-se de um medicamento que cria dependência, tanto na mamã como no feto, tem vindo a ser analisado o número de bebés que apresentam abstinência neonatal devido ao consumo da substância durante a gravidez.
Nos Estados Unidos da América, os números passaram de 7 em cada 1000 crianças (dados de 2004) para 27 em cada 1000 bebés (dados de 2013).
O aumento atípico de crianças com problemas de abstinência foi trabalhado por várias entidades, tendo tomado forma concreta num relatório do CDC – Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. Este centro demonstrou, além dos dados, uma preocupação perante os perigos efetivos da toma deste tipo de substância na gravidez.
Em 2016, dados recolhidos nos Estados Unidos revelaram que a toma indevida deste tipo de medicação levou, nesse ano, a 42 mil mortes no país.
Estes dados levantaram um questionamento fundamental sobre a prescrição excessiva do medicamento por parte dos profissionais de saúde e as eventuais consequências que este tipo de tratamento pode ter na vida de uma pessoa.
3. Quais os riscos da toma de opioides na gravidez?
Muito trabalho tem sido feito em torno dos riscos da toma de opioides na gravidez, destacando-se a pesquisa editada pela The New England Journal of Medicine sobre a temática.
Considerando a forma como o medicamento atravessa a placenta e chega ao feto, este estudo relacionou a toma deste tipo de substância com os cenários de abstinência neonatal.
As manifestações da dependência nos bebés recém-nascidos podem ser verificadas em sintomáticas como a irritabilidade, a dificuldade de alimentação e as situações de baixo peso; podendo ainda ocorrer, em situações mais severas, convulsões na criança.
O nascimento em circunstância de dependência poderá ainda, segundo o estudo, ter um impacto de longo prazo na vida da criança.
Apesar de todos os riscos, segundo revelam dados publicados na revista científica Pediatrics, a prescrição de medicamentos opioides a gestantes é ainda uma prática comum nos Estados Unidos, estimando-se que 28% das mulheres grávidas tenha indicação para fazer esta toma.
Alguns dos riscos associados à toma deste tipo de substância são:
– Problemas na placenta (como ruturas ou insuficiência);
– Problemas de desenvolvimento fetal;
– Mortalidade materna;
– Mortalidade infantil;
– Pré-eclampsia;
– Hemorragia pós-parto;
– Parto prematuro;
– Nascimento de um bebé com síndrome de abstinência neonatal.
Desta forma, o controlo na toma deste tipo de medicação torna-se absolutamente fundamental para garantir a saúde da mamã e do feto.
Já conhecia a problemática em torno dos opioides na gravidez? Conte às restantes mamãs do Bebé a Bordo qual é a sua opinião sobre esta temática.
Algumas fontes: drugabuse mayoclinic 24.sapo bebemamae mayoclinic




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