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Consumir marijuana na gravidez: quais os efeitos no bebé?

marijuana na gravidez

Marijuana na gravidez, quais os efeitos no bebé?

Será, talvez, senso comum, dizer que o consumo de drogas na gestação é nocivo para a mamã e para o bebé.

Da mesma forma, seria ilusório acreditar que este é um comportamento de risco que nenhuma mulher toma durante esta fase da sua vida.

O consumo de marijuana na gravidez (ou maconha, como é conhecida no Brasil) é comum e tem sido alvo de atenção por parte da comunidade científica que, ao longo dos anos, tem aprofundado os estudos sobre os efeitos que esta droga tem no feto, quer no momento do nascimento como a longo prazo.

Revistas científicas de renome, como por exemplo a Obstetrics & Gynecology, têm publicado estudos clínicos com dados que salientam os efeitos que o consumo de maconha na gravidez tem para a mamã e para o bebé.

Conhecer melhor os riscos da marijuana na gestação é muito importante para compreender quais os perigos efetivos deste consumo, não só para a própria gestação como para a vida da criança que nascerá.

Assim, hoje dedicaremos este artigo à exploração do tema, para sabermos mais sobre os efeitos que o consumo de marijuana na gravidez tem para o bebé.

marijuana na gravidez

Maconha na gravidez

1. O consumo de maconha na gravidez

Para sabermos melhor como é que o consumo desta droga pode afetar a grávida e o seu bebé, é muito importante perceber o que é, afinal, a marijuana.

A marijuana, também conhecida como maconha e cujo nome efetivo é Cannabis Sativa, trata-se de uma droga leve, de consumo ilícito e que é uma das mais comuns em todo o mundo.

Entre as gestantes, a indicação dos estudos é que cerca de 4% das gestantes faça o consumo desta droga, seja através do seu fumo ou do seu uso culinário (bolos ou chás).

Por norma, esta droga é considerada “social” e está, por isso, muito associada ao consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco. Por norma, esta droga não é associada ao consumo das chamadas “drogas pesadas”.

O principal composto químico da marijuana é o delta9-tetra-hidrocanabidol (doravante, THC). Este tem um efeito psicoativo e o seu teor é variável, sendo que não existe sempre na mesma quantidade, variando consoante o tipo de maconha.

A absorção de THC pelo organismo é bastante rápida, principalmente quando a marijuana é fumada, já que a absorção pulmonar leva a substância ao plasma em questão de segundos.

O nível de absorção da droga está diretamente relacionado com o teor da maconha consumida, sendo que estudos recentes – como o apresentado recentemente pelo programa da SIC Notícias, 60 minutos – indicam que a absorção por parte no feto, durante a gestação, seja 7 vezes superior à da mãe.

No que respeita aos efeitos imediatos, o THC da marijuana provoca alterações ao nível da perceção e do humor, já que a droga age diretamente sobre as áreas do cérebro relativas à dor, à emoção e à fome.

2. As consequências no nascimento

Durante a gestação, o consumo de marijuana apresenta consequências graves. Para percebermos estas implicações, é necessário entrar no corpo e perceber como a droga reage internamente.

O THC irá reagir sobre o recetor canabinoide CB1R. Este é um dos sistemas mais importantes no desenvolvimento neuronal e na diferenciação celular do feto durante a gestação.

Assim, quando exposto à droga, o desenvolvimento fetal será posto em causa, uma vez que se dará uma alteração significativa no sistema endocanabinoide, que levará a que, mais tarde, o indivíduo (não só em bebé mas também na vida adulta) possa sofrer deficit cognitivo e emocional, podendo mesmo as funções motoras vir a ser afetadas.

Além disto, os estudos indicam que o consumo de marijuana na gravidez possa estar ligado a consequências relativas ao nascimento, como o parto prematuro, malformações fetais, baixo peso e atraso cognitivo do bebé.

Além disto, este consumo está também associado ao maior risco de hipertensão gestacional e ao aborto espontâneo na mãe.

3. Marijuana na gravidez: efeitos prolongados no seu filho

Os efeitos a longo prazo do consumo de maconha na gravidez advêm justamente das alterações relativas ao neurodesenvolvimento, uma vez que estes deixam o indivíduo vulnerável a situações posteriores, sendo o seu sistema cognitivo menos desenvolvido e mais débil.

Entre os problemas que poderão acompanhar o indivíduo ao longo de toda a vida, encontram-se alguns como o deficit de atenção, a impulsividade, as dificuldades de aprendizagem ou a probabilidade de vir a sofrer de depressão e baixa autoestima.

No estudo Maternal Health Practices and Child Development esta ideia é salientada, acreditando-se que o desenvolvimento do feto ao nível neurocognitivo devido ao consumo de maconha pode mesmo ser responsável pelo baixo rendimento escolar e o insucesso profissional.

Embora estes dados sejam preocupantes e se saiba que existe uma correlação direta entre o consumo – via ingestão ou fumo – da marijuana na gravidez com problemas neuronais e cognitivos no feto, ainda não é claro, no que respeita a percentagens, em que medida é que estas consequências advêm somente do consumo de maconha, já que é comum que, a par com esta, a mãe faça um consumo de álcool e tabaco.

Ainda assim, os dados alcançados pelos diversos estudos conduzidos sobre a questão são unânimes na ideia de que as consequências deste consumo vão muito além do momento do nascimento e da gestação, criando efeitos prolongados no feto, que atravessam a sua infância e também a vida adulta, afetando todas as etapas da vida do individuo.

Algumas fontes:
cdc.gov
cdc.org
abp.org.br
forbes.com
nytimes.com

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Escrito por Bebé a Bordo

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