Os espasmos do bebé podem indicar um problema mais severo de saúde. Alguma vez ouviu falar na síndrome de West? Sabe do que se trata esta doença? Então venha descobrir com o Bebé a Bordo de que forma os espasmos musculares do bebé podem indicar este problema de saúde.
Depois do nascimento, os pais estão constantemente atentos aos seus bebés. Garantir a segurança e o conforto da criança é, pois, a grande prioridade parental.
O aparecimento de marcas ou sintomas da criança – como, por exemplo, verrugas, manchas ou espasmos – pode ser um verdadeiro sinal de alarme para os pais mais preocupados.
Assim, não é incomum a busca por informação sobre doenças como a escarlatina, os sapinhos na boca do bebé ou o exantema súbito.
Quando a manifestação sintomática são os espasmos infantis, no entanto, novos nomes e perguntas surgem entre o questionamento dos pais. E, um dos nomes que frequentemente se menciona é o da Síndrome de West (ou espasmos epiléticos).
Hoje, é sobre esta questão que vamos debruçar-nos, para lhe dizermos o que é esta síndrome, como se manifesta, quais os seus sintomas e os seus riscos.
Se também quer saber mais sobre a Síndrome de West, encontrou o artigo certo para si!
1. O que é a Síndrome de West
A Síndrome de West pode ser descrita como uma condição rara, pautada por crises epiléticas e que se apresenta, portanto, como uma doença epiléptica severa.
Este tipo de problema costuma começar a manifestar-se nos primeiros meses de vida do bebé, usualmente entre os 3 e os 5 meses e tende a ser descoberto na primeira infância, durante o primeiro ano da criança.
Esta doença é marcada por uma tríade de sintomas, entre os quais se incluem os espasmos musculares, o atraso intelectual e a hipsarritmia.
Esta síndrome pode ser de três tipos diferentes, que iremos referir de seguida.
Quais os tipos e causas da Síndrome de West?
A Síndrome de West divide-se em 3 tipos: sintomática, idiopática e criptogénica. Assim:
1. Sintomática: A Síndrome de West sintomática acontece, por norma, devido a situações especificas (como, por exemplo, quando o bebé fica muito tempo sem respirar no momento do nascimento). Este manifesta-se através de agressões cerebrais, que podem acontecer antes ou depois do nascimento e apresenta-se sob a forma de espasmos musculares em cerca de 75% das crianças afetadas. Esta pode derivar da esclerose tuberosa;
2. Idiopática: Este tipo de Síndrome de West acontece quando não é possível descobrir a causa do problema. Estas crianças costumam ter um desenvolvimento cognitivo e motor normal;
3. Criptogénica: Estamos perante o tipo criptogénico quando os espasmos da criança são causados por outro tipo de doença ou por uma anomalia cerebral. Usualmente, nestes casos, a epilepsia revela sintomas mas é difícil determinar quais as causas que despoletaram a situação.
Vale a pena salientar que entre 70% e 90% das crianças com epilepsia demonstram, numa fase deste condição, um atraso ou regressão no seu desenvolvimento motor e/ou cognitivo. Outras causas possíveis para o aparecimento da Síndrome de West são também a hipoglicémia, a prematuridade, o uso de substâncias tóxicas (álcool ou drogas) na gestação e também o aparecimento de doenças como a rubéola ou o citomegalovírus durante a gestação.
2. Quais os principais sintomas da Síndrome de West?
A Síndrome de West carateriza-se pelo aparecimento de sintomas. Entre os vários sintomas possíveis, a criança poderá manifestar um ou vários dos seguintes:
– Atraso ou regressão no seu desenvolvimento psicomotor;
– Espasmos musculares frequentes;
– Crises diárias de epilepsia;
– Atraso mental;
– Respiração pela boca;
– Bruxismo.
O sintoma mais frequente da Síndrome de West, no entanto, é os espasmos musculares, sendo que estes têm, por norma, um aparecimento repentino e súbito, manifestando-se, inicialmente, nos membros ou no tronco, sob a forma de céleres contrações que, muitas vezes, se assemelham a soluços.
Estes espasmos podem ser flexores, extensores ou mistos; sendo estes últimos os mais comuns, já que afetam 70% das crianças com o problema, fazendo com que as mesmas flitam o pescoço e os membros.
Como se diagnostica este problema?
Perante a manifestação deste tipo de sintoma é fundamental que o bebé seja levado ao médico. Por norma, o diagnóstico parte de um exame físico e de exames complementares, incluindo o eletroencefalograma.
Um dos sintomas desta doença é, um padrão eletroencefalográfico específico chamado hipsarritmia será, então, a confirmação do diagnóstico.
Como é o tratamento da Síndrome de West?
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento destes espasmos musculares no bebé é iniciado, para evitar que, durante estas crises epiléticas, o cérebro venha a sofrer danos severos e irreversíveis, que ponham em causa o correto desenvolvimento da criança.
A ACTH, uma hormona, é usualmente utilizada no tratamento, a par com a fisioterapia e/ou a hidroterapia. Outros medicamentos podem, ainda, ser aconselhados pelo médico.
Por norma, se relacionada com outras doenças, a Síndrome de West não pode ser curada. Ainda assim, os tratamentos darão alívio aos sintomas e darão mais conforto à criança e à família. Noutras situações, quando o quadro clínico é mais simples, a doença poderá ser controlada e permitir um desenvolvimento regular à criança.
3. Momento flash: 10 factos sobre a Síndrome de West
Para que saiba tudo sobre a Síndrome de West, deixamos algumas informações a reter sobre esta questão:
1. A Síndrome de West também é conhecida como “espasmos infantis” ou “espasmos epiléticos”;
2. Estatisticamente, esta doença afeta mais os rapazes do que as raparigas, embora possa manifestar-se em ambos os sexos;
3. Esta condição representa 30% dos casos de epilepsia que afetam as crianças;
4. Um atraso psicomotor acontece na maioria dos casos de Síndrome de West (70 a 90%);
5. 70% das crianças afetadas apresenta espasmos mistos (flexores e extensores);
6. Existem 3 tipos distintos de espasmos infantis: sintomáticos, idiopáticos e criptogénicos;
7. O eletroencefalograma é, usualmente, o exame que permite a identificação deste tipo de problema;
8. O tratamento desta condição é fundamental para evitar danos cerebrais;
9. Muitas vezes, não sendo possível fazer o tratamento da Síndrome de West, o tratamento visa o alívio dos sintomas, tentando, desta forma, dar um maior conforto ao bebé;
10. Em alguns casos menos severos, poderá não existir um atraso no normal desenvolvimento da criança.
Já conhecia a Síndrome de West? Conhece alguém que tenha passado por esta situação? O seu filho teve espasmos infantis? Conte a sua experiência pessoal às restantes mamãs do Bebé a Bordo. Certamente que, desta forma, poderá ajudar outras pessoas na mesma situação.
Algumas fontes: emedicine.medscape epilepsy paisefilhos webmd revistacrescer webmd
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