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A importância do fatinho de Carnaval

A importância do fatinho de Carnaval, ninguém leva a mal

Mascara de pirata no carnaval

“É Carnaval… para eles é real”

A importância do fatinho de Carnaval

Provavelmente, desde que foi mãe, notou a diferença. Algumas datas terão ganho novos significados. Algumas terão passado de uma existência menor a uma celebração familiar sem par.

Falamos, com isto, do aniversário do(s) seu(s) filho(s), do Natal, do dia da mãe, do dia do pai, do dia da criança e, claro, não podia faltar: do Carnaval!

À medida que crescemos vamos deixando escapar por entre os dedos o imaginário infantil, que nos movia e nos fazia “gente grande”.

Principalmente para os europeus, onde a tradição carnavalesca não é vivida com a mesma efusão que no Brasil, o Carnaval torna-se um dia igual aos outros.

Quando crescemos… mas fomos todos crianças um dia… e não era assim!

Para nós – os adultos – o Carnaval é um faz de conta.

Sabemos que, por baixo das máscaras, se mantêm as obrigações profissionais e pessoais, que se mantêm as contas para pagar, que se mantêm as premissas do que nos molda a vida quotidiana.

Ser adulto, às vezes, é cumprir a profecia dos que não fugiram para a Terra do Nunca e esquecermo-nos de “acreditar”.

As crianças não! De uma forma muito própria, elas esquecem. Esquecem que são crianças.

Deixam a imaginação voar, à medida que, por um dia, se transformam em piratas e joaninhas; em princesas e guerreiros; em heróis e personagens de encantar.

Aos olhos deles, o Carnaval não é só um faz de conta.

O Carnaval é a oportunidade de trocar a realidade diária por outra, igualmente real… mas muito mais mágica.

Neste artigo olharemos, por isso, o mundo dos fatinhos de Carnaval para bebé e criança, para que saiba quais as principais tendências e a forma como, quase sem darmos conta, estes moldam o adulto que viremos a ser.

 

1. A história de uma princesa

Adulta, como hoje sou, nem sempre é fácil recordar o sentimento de emoção preso a um fatinho de Carnaval.

Mas a memória é grata e também não é fácil esquecer a forma como aprendi que um fato carnavalesco é muito mais do que uma máscara.

Hoje perto dos 30 anos, lembro com facilidade um dia em que tinha 7 e o sonho de ser, por um dia, a Anastásia.

As crianças de hoje terão outras personagens e outros ídolos.

A minha, na altura, era esta princesa russa que, ao ser retratada pelos filmes de animação, se mostrava perdida da família, numa aventura pelo reencontro e que, no momento final, escolheu o amor sobre o peso da coroa.

 

 

E, aos 7 anos, eu queria ser ela. Não. Não queria vestir-lhe a roupa.

Queria ser ela por um dia. – É este o papel do Carnaval, quando se é criança e o mundo ainda é mais sonhado do que vivido.

O fatinho de Carnaval de Anastásia deve ter sido a maior jornada da minha mãe, que correu comigo todas as lojas da região centro.

Em vão. Mas ser mãe é uma coisa fabulosa, não é? Ela olhava para a minha teimosia de não querer outro fatinho de Carnaval que não aquele e, em vez de me julgar intransigente, entendeu: era eu a formar um traço de personalidade onde definia muito bem, de forma muito concreta, o que queria para mim.

Então, com aquela força e persistência que só uma mãe tem, ela procurou mais e mais o meu fatinho de Carnaval.

 

2. Da princesa aos heróis de hoje

Era o dia antes do Carnaval. Os outros meninos da minha sala já tinham todos um fato. Eu não.

Eu tinha a minha teimosia. E uma tristeza gigante. Até entrar em casa e ver, no meu quarto, pendurado bem à vista, o meu fato de princesinha russa.

Não foi coisa de criança. Aos meus olhos nunca vai ser. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida.

Fui a Anastásia. Vesti-lhe a pele, a personalidade, a vida, a alegria. Fui essa princesa da mesma forma que, nos outros dias, era simplesmente eu.

Trata-se de uma memória. Moldou quem eu sou como adulta. Ensinou-me muito sobre o poder da imaginação de uma criança. O lucro que vem da perseverança. A intensidade do que significa ser mãe.

Foi assim que entendi: um fato de Carnaval não é algo pouco importante. Para os nossos filhos, é real.

É um momento que molda a sua personalidade de uma forma única e é o momento em que os ensinamos que sonhar também é importante.

Hoje em dia, não serão Anastásias. Provavelmente serão Elsas do “Frozen”; homens-aranha; super homens ou intemporais Mickeys e Minies.

Não importa qual o herói ou personagem que escolhem… importa a forma como vivem o momento e como a brincadeira extrapola os limites do que os nossos “olhos crescidos” conseguem ver.

3. O fatinho de Carnaval na construção do amanhã

Com o Carnaval à porta, torna-se fundamental olharmos para as nossas crianças e sabermos o que querem.

Claro! Os mais pequeninos estarão dependentes da nossa escolha… mas é importante que os vistamos à mesma com os amorosos fatinhos de borboleta, cãozinho, príncipe, princesa, herói ou heroína.

Mais tarde, é também importante ouvir o que eles querem e ajudá-los a conquistar esse fim.

É ao mostrarmos a importância dos sonhos que começamos a dar-lhes a força para lutar pelos objetivos de amanhã.

E, aprendendo por exemplo, eles agarram a nossa crença, ainda que toldada pelo olhar adulto, e aprendem a acreditar na sua própria força.

O Carnaval é um momento importante para eles e, por consequência, também para as mamãs e papás.

Não deixe de explorar o mundo dos fatinhos de Carnaval. É uma excelente oportunidade para viver um momento único com o seu filhote!

Já sabe qual será o fato do seu rebento para este ano? Viveu alguma história que queira contar-nos em carnavais passados?

Não deixe de partilhar connosco esses momentos de sonho.

Autora Marina Ferraz

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Escrito por Marina Ferraz

Marina Ferraz nasceu em Coimbra (Portugal) no ano 1989. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho e Mestre na mesma área, pela Universidade de Coimbra.
Autora pela Sociedade Portuguesa de Autores desde 2008

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