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Malária e gravidez, da prevenção ao tratamento

Malária e gravidez

Saiba como pode fazer a prevenção e o tratamento da malária durante o período da gestação, caso viaje (ou tenha viajado) para as regiões mais afetadas pela doença.

Um dos grandes medos das gestantes é contrair uma doença grave durante a gravidez.

Como sabemos, durante esta fase da vida da mulher, não só as doenças se tornam mais perigosas como os fármacos podem ser bastante desadequados no momento de tentar tratar os males que afetam a futura mamã.

Assim, falar de uma doença como a malária, que é já bastante assustadora, seja qual for o momento da sua contração, torna-se ainda mais preocupante durante o período de gestação.

Hoje, é a esta doença que dedicamos toda a atenção, para sabermos como é que a mulher pode prevenir e tratar a malária, quer no caso da grávida viajante como das populações locais em regiões endémicas.

Acompanhe-nos para saber mais sobre esta questão.

Malária e gravidez

1. O que é a malária?

A malária trata-se de uma doença infecciosa. Esta é provocada pela presença de um parasita – o Plasmodium – e é transmitida pela picada de um mosquito femea particular: o Anopheles.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) avança que perto de metade da população mundial corre o risco de contrair a malária em algum momento da sua vida.

Este número – 3,2 mil milhões de pessoas – tem, no entanto, zonas de maior doco, sendo que se estima que 89% das infeções ocorram no continente africano.

O parasita com o qual a pessoa picada é infetada, no caso de existir uma gravidez, pode fazer com que o plasmodium seja mantido na placenta.

Quando isto acontece, o acumular de eritrócitos na placenta pode originar mudanças histológicas nesta.

Este quadro torna-se ainda mais preocupante uma vez que é possível que a malária, ao atingir a placenta, não tenha manifestações clínicas na mamã, tornando-se, assim, mais difícil de diagnosticar.

2. Malária na gestação: consequências

Durante a gestação, a malária pode ter efeitos nefastos quer para a mamã como para o seu bebé.

No que respeita à gestante, dependendo do grau de severidade da doença, a malária pode apresentar problemas como maior sudação, febres altas, dores de cabeça, náuseas, vómitos e cansaço extremo ou ascender a quadros mais graves como coma, hipoglicémia, anemia grave, icterícia, insuficiência renal, hemorragia ou hiperparasitémia.

Em casos mais severos, pode mesmo levar à morte da gestante.

Além disto, ao provocar mudanças histológicas na placenta, são várias as consequências possíveis.

Inflamações, acumulações de células inflamatórias e lesões no trofoblasto são algumas das mudanças que podem criar uma maior dificuldade no transporte de nutrientes e oxigénio entre a gestante e o seu bebé.

Relativamente ao feto, no entanto, estas não são as únicas complicações possíveis.

Entre as consequências poderá estar o impedimento de crescimento e desenvolvimento do feto, a infeção congénita, o aborto, o parto prematuro e com baixo peso.

Os recém-nascidos podem ainda ter algum tipo de deficiência e são, por norma, crianças com maior índice de mortalidade.

3. Da viajante à habitante local

Embora a doença possa ser contraída quer por turistas como por habitantes das regiões endémicas, as formas como esta se apresenta não são iguais.

Nas regiões de maior endemicidade, esta doença tem, por norma, manigestações de menor gravidade ou mesmo sem sintomas, visto que, geralmente, as mulheres adultas destas regiões tiveram já contacto prévio com o palasmodium, tenho ganho uma imunidade parcial a este parasita.

Já as grávidas viajantes que entram em regiões endémicas não costumam, por norma, ter essa imunidade, estando mais susceptíveis a viver com severidade os sintomas da doença e também a sofrer consequências mais graves no que respeita ao desenvolvimento fetal.

Apesar destas estatísticas, a verdade é que, entre 50 milhões de mulheres grávidas a residir em locais endémicos (estimativa média anual de mulheres que engravidam), cerca de 20% morrem no decurso da doença e, com elas, cerca de 200 mil crianças e fetos.

4. Malária: da probabilidade à prevenção

Além de ser perigosa, esta doença tem uma maior probabilidade de ocorrer na mulher grávida do que numa mulher que não esteja em período de gestação.

Isto acontece porque existe uma maior predisposição para a picada devido à elevação da temperatura corporal da gestante e ao aumento da quantidade de CO2 expirado por esta.

Devido a esta maior probabilidade de infeção, as gestantes devem tomar precauções e agir preventivamente para evitar a picada do mosquito que transmite a malária.

No caso de viver numa região endémica ou de visitar uma durante a sua gestação, deve garantir o uso de roupas que cubram a maior extensão de pele possível e apostar no uso de repelentes de insetos, procurando ainda manter, nas janelas, redes mosquiteiras que impeçam a entrada deste inseto durante a noite.

A grávida viajante poderá ainda apostar em tratamentos preventivos adequados à sua condição e à endemicidade do local viajado, devendo para tal consultar o médico.

A melhor forma de prevenção será sempre a cruzada. Isto é: combinar as medidas para evitar a picada com os tratamentos profiláticos recomendados pelo especialista de saúde.

5. Da prevenção ao tratamento

No caso de já ter sido contaminada com a doença, a ação rápida é essencial.

Como seria de prever, no caso das gestantes, existe o problema de que nem todos os medicamentos adequados ao tratamento da malária podem ser utilizados sem colocar a gestação em risco.

Assim, quando se trata de curar esta doença, os médicos necessitam de analisar vários fatores: o grau da infeção, o estado da gestante, a segurança dos medicamentos e a fase de gestação em que a grávida se encontra.

No primeiro trimestre de gravidez, à partida, o tratamento da malária será feito com os fármacos clindamicina, quinino, cloroquina e proguanil.

Em casos mais graves, no entanto, quando se considerar que está em causa a sobrevivência da mulher afetada, estes tratamentos poderão ser combinados com a terapia de artemisininas, cuja segurança, durante o primeiro trimestre, não está ainda comprovada.

Visitou alguma região endémica da malária durante a sua gestação? Quais foram as precauções tomadas durante essa viagem? Conte-nos quais os medos que teve e qual a opinião do seu médico.

Algumas fontes:
news-medical
repositorio
dn.pt/ciencia
uai

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Escrito por Bebé a Bordo

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