A questão do sexo e do género tem sido amplamente discutida, à medida que a comunidade LGBT desenvolve uma voz mais intensa e presente na sociedade.
Venha com o Bebé a Bordo conhecer algumas das opiniões sobre a colocação do sexo do bebé nas certidões de nascimento e o impacto que estas têm na comunidade científica.
A questão do sexo do bebé é uma das que, por norma, entusiasma as futuras mamãs. Muitas mulheres, antes mesmo de engravidarem, procuram as estratégias populares para engravidar de menina ou engravidar de menino, embora a postura mais comum seja o tradicional “importa é que nasça saudável”.
Ainda que o que mais importe seja uma gravidez sadia e levada até ao término, culminando com um parto normal ou cesariana livres de problemas, a verdade é que o entusiasmo relativo ao sexo da criança leva muitos pais a estudar até as fórmulas populares para descobrir qual o sexo do bebé.
Esta questão e este entusiasmo é algo que, ao longo de séculos passou de mães para filhos, de geração em geração.
Ainda assim, os estudos em torno das questões do género e sexualidade, bem como o combate que tem sido promovido quanto à heteronormatividade e a disseminação das lógicas transgénero e da comunidade LGBT em geral, tem feito com que se questionassem as questões da socialização e o impacto que algumas decisões dos pais, ao nível do registo e da educação da criança, podem ter na definição das suas liberdades enquanto pessoa ao longo da vida.
Recentemente, um artigo de opinião publicado numa revista científica de renome defendeu, justamente, a remoção do sexo do bebé da sua certidão de nascimento.
Venha perceber melhor esta questão com o Bebé a Bordo.
Argumentos para a remoção do sexo da certidão de nascimento
A revista científica New England Journal of Medicine publicou um artigo de opinião que questiona a colocação do sexo do bebé nas certidões de nascimento do recém-nascido.
Entre os vários argumentos colocados encontra-se a possibilidade de ofender a comunidade trangénero e intersexo, a possibilidade de colocar limites à liberdade individual futura da criança e a ausência de necessidade clínica nesta informação.
O mesmo estudo recorda que a divisão binária do sexo (componente biológica) não é tão linear quanto parece, esclarecendo ainda que as questões relacionadas com o género (componente relacionada com a socialização e a personalidade) se alteram consoante a cultura. (1)
Nesta opinião, emitida por alguns profissionais do setor, incluindo Jessica A. Clarke Vadim M. Shteyler e Eli Y. Adashi, os autores esclarecem ainda que 1 por cada 100 pessoas têm cromossomas sexuais variados e que 1 por cada 5000 nascem com variações intersexo. (2)
A polémica em torno da colocação do sexo do bebé na certidão
A questão da colocação do sexo do bebé na certidão junta-se a muitas outras questões ainda em discussão sobre a socialização primária da criança.
Cada vez mais pessoas parecem defender que a educação genderizada e permeada por conceitos binários (menino vs menina) está desatualizada face à realidade da vida e aos conhecimentos atuais.(3)
Ainda que todas estas temáticas se encontrem em discussão, não existe indicação de que a mudança vá suceder num futuro próximo.
É a favor da remoção do sexo do bebé da sua certidão de nascimento? Qual é a sua opinião sobre esta matéria? Partilhe-a com os restantes leitores do Bebé a Bordo.
GIPHY App Key not set. Please check settings