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O apego das meninas ao pai e dos meninos a mãe: sera mesmo verdade?

O apego das meninas ao pai e dos meninos a mãe

Uma ideia que se perpetua no tempo é a de que as meninas se apegam mais ao pai e os meninos mais à mãe, havendo dos progenitores, igualmente, uma tendência para mimar mais o filho do sexo oposto. No Bebé a Bordo questionámos este conceito. Será que é mesmo assim? Venha descobrir.

Embora, no global, saibamos que os pais e mães apenas querem criar crianças bem adaptadas e felizes, a verdade é que continuamos a ouvir, pelas ruas, que, no mundo da parentalidade, se notam “fraquinhos” por um ou outro filho, muitas vezes associando esta diferença ao sexo da própria criança.

No que respeita ao desenvolvimento emocional da criança ou à sua educação emocional isto pode levantar algumas questões, além de trazer consigo, de forma bastante evidente, os traços culturais relacionados com os estereótipos de género que marcam as sociedades ocidentais.

Assim, embora seja bastante comum ouvir-se, na voz popular, que os pais protegem mais as meninas e as mães protegem mais os meninos; ou que as meninas preferem o pai e os meninos preferem a mãe, torna-se necessário questionar se isto terá algum tipo de fundamentação científica e perceber o que acham as pessoas sobre a questão.

Baseámo-nos em algumas conversas com leitores do Bebé a Bordo para tentarmos perceber se estas “preferências” são mesmo reais.

Venha saber o resultado da nossa pesquisa.

O apego das meninas ao pai e dos meninos a mãe

Pai para a menina e mãe para o menino: o que motiva esta ideia?

A ideia, que se tem perpetuado ao longo dos anos, é a de que os pais protegem e amam mais as filhas, enquanto as mães fazem o mesmo pelos filhos.

Longe de existir alguma evidência científica para que assim seja, esta relação de parentalidade ancorada no sexo das crianças não deixa, no entanto, de manifestar algo que é presente na vida quotidiana das nossas sociedades: os estereótipos de género.

Um pai poderá, de facto, ver a filha como um ser mais frágil e mais necessitada de atenção, privilegiando-a; assim como uma mãe pode considerar a sua filha mais difícil de domar e entrar em conflito com ela com maior facilidade (o que, de resto, é um estereótipo bem conhecido da relação entre mulheres).

Ainda assim, todo este processo, ainda que social e culturalmente explicável, não é fechado nem obrigatório. Com a mente aberta, decidimos perguntar a algumas pessoas como se sentem sobre o assunto.

O apego das meninas ao pai e dos meninos a mãe

Alguns relatos pessoais

Perguntámos a alguns dos nossos leitores se eram mais próximos da mãe ou do pai e estas foram as respostas que obtivemos: 

Nota: Os nomes das pessoas menores de idade e de quem o solicitou foram modificados para proteção da sua identidade. Todas as idades são reais.

“Gosto mais da minha mãe. Sempre fui mais próximo dela mas nunca senti que ela fosse menos rígida que o meu pai. Simplesmente é mais fácil falar com ela.” 
– José Jesus, 16 anos

“Eu amava muito a minha mãe mas a minha relação com ela era diferente da que tinha com o meu pai. Ela era a figura de autoridade, ele era o companheiro de farra. Acabei por me tornar mais próxima dele. Hoje vejo que ele me aparava muito o jogo.” 
– Maria Matias, 61 anos

“Igual. Não sinto mais por um do que pelo outro e sempre achei que eram exigentes e carinhosos na mesma medida.” 
– Inês Gonçalves, 22 anos

“Sou mais próxima da minha mãe mas acho normal. Os meus pais são divorciados e acabei por passar mais tempo com ela. Penso que podia ser diferente noutras circunstâncias.” 
– Ana Lemos, 17 anos

“Não sei dizer. Mas acho que o meu pai defende mais a minha irmã e que a minha mãe discute mais com ela.”
– Luís Pinto, 13 anos

“Não concordo muito com a afirmação de que as meninas se liguem mais ao pai. Sempre fui mais ligada à minha mãe, apesar de ela ser mais autoritária. Sinceramente, o facto de o meu pai não se importar tanto com a imposição de regras fez-me sempre achá-lo algo desinteressado ao longo do meu crescimento.” 
– Raquel Vaz, 30 anos

Qual é a sua relação com a sua mãe e com o seu pai? Sente que um deles o protegeu mais ao longo do seu crescimento? Partilhe a sua opinião com o Bebé a Bordo nos comentários deste artigo.

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Escrito por Marina Ferraz

Marina Ferraz nasceu em Coimbra (Portugal) no ano 1989. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho e Mestre na mesma área, pela Universidade de Coimbra.
Autora pela Sociedade Portuguesa de Autores desde 2008

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