O funcho na gravidez tem gerado alguma polémica e os riscos do seu consumo têm sido particularmente enaltecidos. Mas, afinal, quais são os riscos do consumo de funcho para o bebé?
Venha descobrir com o Bebé a Bordo.
Os meses de gravidez serão, provavelmente, aqueles nos quais as mulheres mais atenção colocam nos ingredientes dos seus pratos, sobremesas e infusões.
Durante a gravidez, as futuras mamãs querem evitar riscos alimentares que coloquem em risco o curso da gestação ou o correto desenvolvimento do seu bebé e, por isso, são questionados vários alimentos.
Os chás e infusões (incluindo o chá de arruda ou o chá de boldo), bem como algumas frutas, legumes, proteínas e sementes são, aqui, colocadas em causa. Por entre as questões, também as plantas medicinais perigosas na gestação se questionam.
Um dos alimentos que tem vindo a ganhar má fama, ao longo do tempo, é o funcho. Apesar de os benefícios do funcho serem bastante aclamados, os riscos associados não podem, também, ser negados.
Na verdade, os riscos fazem-se acompanhar de vários dados inconclusivos que salientam ainda mais o perigo do consumo desregrado.
Mas, afinal, será que se pode consumir funcho na gestação? E chá de funcho? Quais serão as implicações e riscos para o bebé?
Mesmo sabendo que os estudos são contraditórios e que, mesmo no meio científico, está longe de existir um consenso, resolvemos trazer até si o que já se sabe sobre o funcho e os seus usos durante a gestação.

1. O que é o funcho?
O funcho é uma planta aromática e medicinal, de uso culinário e farmacológico, proveniente da região do Mediterrâneo. Esta planta cresce também em algumas regiões asiáticas e africanas.
Em Portugal, pela sua presença notória, esta planta acabaria por dar nome ao Funchal, na Madeira.
Trata-se de uma Apiaceae, família vegetal em que se encontram, também, plantas como a salsa e os coentros. (1)
No caso português, em particular, o funcho é extremamente relevante, dada a sua abundância na Madeira, dando, inclusive o nome ao Funchal.
Esta planta tem diversos usos e é aproveitada quase de forma integral. O seu sabor é usualmente anisado e doce.
Como se consome o funcho?
Por norma o funcho é consumido sob a forma de chá, de óleo essencial ou de xarope, existindo ainda na composição de vários suplementos alimentares.
É ainda possível usar as suas sementes na culinária ou utilizá-lo em saladas e sopas.
Como é a tabela nutricional do funcho?
As várias propriedades atribuídas ao funcho, entre as quais se destacam a sua função anti-inglamatória, digestiva, diurética, anti-espasmódica e estimulante, devem-se à presença de vários nutrientes.
Um bolbo de funcho terá cerca de 72 kcal, contendo proteínas, hidratos de carbono e fibras alimentares.
Na sua composição é possível encontrar várias vitaminas (vitamina A, C, B6, ou ácido fólico por exemplo) e também potássio, sódio, ferro, cálcio, magnésio, zinco e fósforo. (2)
2. É seguro consumir chá de funcho na gravidez?
Existe uma grande discussão, ainda sem consenso, quanto à toma de chá de funcho na gravidez e durante a lactação.
Uma das razões pelas quais se desaconselha o consumo é porque alguns estudos indicaram que, sob a forma de infusão, as doses de anetol contidas no funcho podem ultrapassar a dosagem diária recomendada e apresentar efeitos nocivos na gestante e no bebé.
Não se conhecendo, ainda, os potenciais efeitos do excesso de anetol na gravidez, por uma questão de segurança, este chá não deverá ser tomado por uma mulher grávida.
Além disso, contendo fito-estrogénio, uma hormona natural, reprodutiva, essencial na gestação, o funcho está associado à indução do parto.
Na verdade, estudos antigos sugeriram isto mesmo, indicando mesmo que esta planta, a par com o anis e o alcaçuz, chegaram a ser utilizadas para induzir o parto na gestante. Embora não exista evidência comprovada, suspeita-se, por isso, que o consumo deste chá possa levar ao parto prematuro ou mesmo ao aborto espotâneo. (3)
E sementes de funcho?
Tal como o chá de funcho, também as suas sementes não contam com estudos suficientes para sustentar a sua segurança ou os seus perigos. Na verdade, além de não serem muitos, alguns dos estudos realizados apresentam resultados que chocam entre si.
A falta de evidência científica que comprove a sua segurança é o principal motivo pelo qual as gestantes devem falar com o seu médico antes de fazer este consumo e, se o fizerem, devem ter extrema moderação.
Em pequenas doses, alguns estudos indicaram que o funcho pode ajudar a reduzir a flatulência, a aructação e o mal-estar digestivo sentido na gestação. Ainda assim, a par com estes, outros estudos referiram que estas sementes podem facilitar as hemorragias, afetando a capacidade de coagulação sanguínea; provocar alergias ou mesmo induzir o parto. (4)
3. Quais os riscos do consumo de funcho na gravidez para o bebé
O chá de funcho, principalmente, costuma associar-se muito aos bebés pela forma como ajuda a minorar as cólicas. Ainda assim, os estudos realizados têm sustentado que a sua segurança não é, de facto, a maior.
Durante a gravidez, o chá de funcho poderá, segundo indicam algumas pesquisas científicas, afetar o desenvolvimento do sistema endócrino do bebé, já que alguns dos seus compostos são passíveis de atravessar a placenta.
Além disso, na amamentação, foram também relatados dois casos de neurotoxicidade em bebés provocado pelo consumo do chá de funcho, tendo o mesmo afetado o sistema nervoso do bebé após a mãe ter bebido esta infusão durante a gravidez. (5)
Assim, o melhor será evitar o consumo de funcho ou, pelo menos, falar com o seu médico antes de o realizar, para ouvir a sua opinião e aconselhamento.
Já conhecia os riscos para o bebé do consumo de funcho na gravidez? Considerando que esta é uma temática onde existe alguma discussão e falta de consenso, qual é a sua opinião sobre o consumo de funcho na gravidez?
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