Birras, mau comportamento ou uma postura introvertida indicam-nos, muitas vezes, que a criança fica ansiosa e é incapaz de gerir o mundo fora da sua zona de conforto. Saiba, com o Bebé a Bordo, como pode ajudar o seu filho a construir uma melhor autoconfiança fora dessa zona de conforto limitativa.
Em alguns ambientes, é comum que os comportamentos das crianças nos remetam para ideias bem distantes da educação japonesa, originando ralhetes e levando muitos pais a gritar com os filhos.
A incompreensível alteração de comportamento leva muitas vezes ao erróneo diagnóstico de hiperatividade na criança ou, por outro lado, cria nela uma apatia extrema, por receio de relacionar-se com os demais.
Esta situação prende-se, frequentemente, com a exposição da criança a ambientes diferentes ou a grupos novos de pessoas, que a afastam do seu espaço de conhecimento e, por isso, da sua zona de conforto.
Cunhado por Robert M. Yerkes e John D. Dodson no começo do século XX, o conceito de zona de conforto refere-se ao espaço onde se origina um estado de conforto relativo, motivador de um nível constante de desempenho. Segundo os autores, a melhoria do humano, no entanto, exigiria uma saída dessa zona de conforto e algum nível de ansiedade. (1)
Na atualidade, a manifestação de muitas crianças face ao desconfinamento e a sua resistência no regresso a uma rotina comum é demonstrativa das formas como a zona de conforto criada pode ter um impacto nocivo na vida dos mais novos. (2)
A mesma coisa pode dizer-se, por exemplo, das crianças que, quando integram um meio que lhes é estranho – usualmente fora do núcleo familiar ou da escola – adotam comportamentos diferentes, muitas vezes sob a forma de mau comportamento ou birras que nos transportam mães e pais para o universo da maternidade num mundo de críticas e os mais novos para análises que os rotulam como crianças mimadas.
De facto, ainda que o conforto seja um conceito positivo, a zona de conforto não deve ser limitativa. Hoje, por isso mesmo, deixamos-lhe 5 dicas fundamentais para ajudar o seu filho a sair da zona de conforto, sentindo-se mais confiante.
1. Aceite que será passo a passo
Quando a criança tem um espaço de conforto muito definido, sair dele pode ser complexo e, por isso mesmo, deve aceitar que nada acontecerá de um momento para o outro.
Inicie o processo com desafios mais pequenos, como levá-lo para um escorrega mais alto ou incentivar a conversa com outras crianças no parque. Aos poucos e poucos, a criança irá ganhando confiança e adotando uma postura mais adequada em espaços que lhe são estranhos e com pessoas que não conhece.
2. Ações ensinam mais do que palavras
Para ajudar o seu filho a sair, confiante, da sua zona de conforto, é essencial que os pais não estejam, também, presos às suas.
A criança estará mais apta a adotar um comportamento adequado em espaços que não conhece se vir, nos pais, uma postura de coragem face a coisas novas.
Assim, ao lutar por sair da sua própria zona de conforto, estará a ensinar o seu filho pelo exemplo.
3. Explique a situação e apoie o seu filho
O apoio dos pais é fundamental para que as crianças deixem a sua zona de conforto.
Assim, embora não deva existir uma sobreproteção, é importante que acompanhe a criança nos seus anseios, explicando com naturalidade as dinâmicas, compreendendo os seus medos e acompanhando o processo com compreensão.
4. Compreenda o fracasso
Em alguns momentos, sair da zona de conforto simplesmente não é possível e é natural que, quando forçada, a situação origine uma postura introvertida ou um comportamento desadequado.
A falha e a aceitação da falha são passos importantes para a construção da resiliência e da perseverança, sendo fundamental que apoie a criança também nestes momentos, ainda que explicando qual seria o melhor comportamento e porquê.
5. Inspire-se e inspire a criança
O acesso a conteúdos de ficção, como histórias para a infância, sob o formato de livro, audio ou vídeo, pode ser muito importante para introduzir temáticas como a força, a coragem, a resiliência e a ousadia. (3)
Isto pode ajudar a criança a compreender a melhor forma de lidar com contextos desafiantes e diferentes e impulsionar uma gestão emocional mais eficaz no momento de abandonar a zona de conforto.
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