Desenvolvimento emocional do bebé até aos 24 meses.
Depois do nascimento, os bebés desenvolvem-se a olhos vistos. Esse desenvolvimento não é apenas físico e cognitivo, ocorrendo também na esfera das emoções. Já ouviu falar no desenvolvimento emocional do bebé? Sabe do que se trata? Então, venha com o Bebé a Bordo conhecer o desenvolvimento emocional do bebé até aos 24 meses.
Durante a gestação, o bebé foi-se desenvolvendo e, como verá agora que o tem nos seus braços, esse é um fenómeno que não pára e que pode ser observado a cada dia.
Durante os primeiros anos de vida, são principalmente três as áreas de desenvolvimento que se observam nestas crianças (embora os seus limites se esbatam e interliguem).
Estes tipos de desenvolvimento são, pois, o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento motor e o desenvolvimento emocional.
Tendo já dedicado algum tempo ao que pode ser esperado do desenvolvimento do bebé nos primeiros 12 meses e descoberto, também, o que é o desenvolvimento cognitivo; debruçamo-nos hoje sobre um dos mais importantes aspetos dos primeiros anos de vida do bebé: o desenvolvimento emocional.
Muitas mamãs dão por si a olhar para o recém-nascido, questionando o que poderá ele estar a sentir.
Pensar que um sorriso possa indiciar felicidade ou que o choro é um ato de tristeza será, talvez, comum… mas esta é, também, uma visão adulta sobre a questão.
A verdade é que as emoções estão direta e indiscutivelmente ligadas a fatores físicos e cognitivos e que, por isso mesmo, existem diferenças substanciais entre as emoções de um adulto e as emoções de um bebé.
Sabemos que alguns elementos, como os cuidados maternos, momentos de leitura em voz alta para a criança ou mesmo a presença de animais de estimação ajudam a estimular o desenvolvimento emocional do bebé.
Mas, afinal, do que falamos quando falamos em desenvolvimento emocional do bebé? E de que forma se reflete este desenvolvimento ao longo do seu crescimento?
Estas são algumas das nossas questões. Se também são as suas, venha saber mais sobre o desenvolvimento emocional do bebé com o Bebé a Bordo.
1. O que é o desenvolvimento emocional?
Segundo os especialistas, quando olhamos para um recém-nascido, as reações que, por familiaridade, tendemos a interpretar como emoções (riso, choro, etc), não são realmente traços de experiências emocionais.
Isto acontece, segundo explicam, porque as sensações não são processadas da mesma forma. Assim, por exemplo, um sorriso num bebé até aos 6 meses será um indício de bem-estar e não tanto um traço de felicidade.
As emoções, no entanto, existem na criança e desenvolvem-se com ela. A primeira destas, aliada ao seu instinto de sobrevivência, poderá bem ser a que faz com que os bebés confiem na mãe para cumprir as suas necessidades mais básicas.
O choro pelo desconforto, na busca pela supressão de uma qualquer necessidade será também um dos primeiros indícios de emoção.
Ainda assim, nesta fase, é preciso considerar que não existe, no bebé, uma consciência profunda de si ou a consciência do outro. Desta forma, os traços emocionais estão ligados unicamente à necessidade de ver cumpridas as suas necessidades.
Sendo que grande parte do desenvolvimento – incluindo o desenvolvimento emocional do bebé – se dá por imitação, é muito importante que o ambiente em torno da criança se preencha de afetos e que os sentimentos sejam expressos com abertura.
Este passo será fulcral para ajudar a que a criança crie os seus modelos emocionais e sociais, que se transfigurarão, aos poucos, na demonstração de emoções que relacionamos com os mais pequenos.
2. O desenvolvimento emocional do bebé até aos 12 meses
À medida que se assiste ao desenvolvimento emocional do bebé, os pais irão perceber uma evolução nas suas expressões faciais e corporais. Tudo, desde a forma como começa a estabelecer contacto visual e até à reciprocidade de um sorriso, é indício de que o bebé está a desenvolver as suas emoções da melhor forma.
Enquanto recém-nascido, o sono terá um papel fundamental no dia-a-dia da criança, contribuindo para a sensação de segurança, para relaxar os seus músculos, para consolidar a memória e para a sua estabilidade emocional.
Pelo primeiro mês, o bebé já conseguirá reconhecer, distinguir e reagir à voz da sua mãe, começando a demonstrar emoções mediante o recurso ao choro e a expressões faciais como o sorriso ou as caretas.
No segundo mês de vida, o sorriso do bebé passa a existir de uma forma “social”, o bebé procura agradar, repetindo gestos que entende como positivos: gesticular, olhar para as pessoas, interagir em pequenas brincadeiras ou chorar quando elas terminam passa a ser natural.
Esta é a fase em que o bebé começa, também, a demonstrar insatisfação.
No terceiro mês, o bebé já é capaz de revelar-se alegre ou feliz quando vê as pessoas mais chegadas, tenta comunicar de forma intencional através da emissão de sons e de sorrisos, e busca chamar a atenção dos que o rodeiam.
Quando atinge os quatro meses de idade, o bebé começa a apreciar mais a companhia e a atenção que lhe são dirigidas e, como tal, prefere não estar sozinho e chora para o demonstrar. Nesta fase já se sente intrigado pela televisão e por outras crianças.
Aos cinco meses, verbalizações, sorrisos, choro e gesticulação tornam-se recorrentes. Nesta fase, o bebé fará isto por querer atenção e torna-se cada vez mais assertivo.
Os primeiros sustos por medo poderão acontecer nesta fase, perante barulhos inesperados ou sons altos.
Pelo sexto mês, a criança começa a demonstrar um sentimento possessivo relativamente aos pais e tenta dar-lhes afeto recorrendo às mãos.
Aqui, ele poderá demonstrar-se incomodado ou divertido e começa, também, a reconhecer o seu próprio nome.
Entre os sete e os nove meses, o bebé começará a gostar de interagir, principalmente com outras crianças. A palavra “não” começa a ser compreendida e as expressões do seu descontentamento tornam-se mais frequentes.
É natural que o bebé comece a tentar imitar os sons que ouve dos adultos e que se sinta ansioso junto de pessoas que não conhece.
Por fim, entre os nove meses e o primeiro ano de vida, o bebé começa a imitar e perceber melhor as rotinas e regras sociais, revelando já traços da sua personalidade e manifestando afeto para com as pessoas mais chegadas.
Nesta fase, a sensação de ansiedade quando separado dos pais é já comum, sendo igualmente frequentes as demonstrações de felicidade e tristeza.
Nestes últimos meses do seu primeiro ano, o seu sentido de humor começa, também, a desenvolver-se.
3. O desenvolvimento emocional do bebé até aos 24 meses
Depois do primeiro ano completo e até aos 15 meses, o desenvolvimento emocional do bebé reflete-se na forma como procura ser ativo e agradar aos adultos que o rodeiam.
Nesta fase, o bebé gosta do convívio e começa a fortalecer os vínculos sociais. Os pais são, ainda, o seu foco de segurança e de conforto.
Até aos 18 meses, o bebé começará a gostar de brincar sozinho e terá brinquedos favoritos.
A construção da sua independência e da sua autoconfiança começa a revelar-se e é comum que os bebés comecem a demonstrar o desejo de fazerem sozinhos atividades que, anteriormente, requeriam a intervenção dos pais.
Os animais de estimação são também apreciados pelas crianças nesta fase e podem ser importantes para estimular o seu desenvolvimento emocional.
Pelos 24 meses, muitas crianças começam também a notar as diferenças de género e é natural que imitem os adultos significativos do mesmo género.
A imitação de papéis de género distintos do seu sexo é também natural nesta idade, uma vez que as crianças experimentam e tentam perceber qual a identidade que é mais confortável para si.
Nesta fase os bebés irão ainda reconhecer-se no reflexo dos espelhos e nas fotografias, começar a perceber melhor as ordens e as palavras, dando-lhes resposta; demonstrar afeto com as pessoas mais próximas (através de abraços ou beijos, por exemplo) e também demonstrar ciúmes quando não lhes dão a atenção que desejam.
A verbalização das emoções é, nesta fase, já mais visível, bem como a demonstração de afeto para com os amigos e os cuidadores fora da família.
Embora estes sejam alguns dos pontos mais comuns do desenvolvimento emocional do bebé, a verdade é que cada criança é única e que o desenvolvimento pode ser mais célere ou mais lento, dependendo das suas caraterísticas e também dos estímulos externos.
Assim, é possível que alguns destes traços se revelem precoce ou tardiamente relativamente aos tempos descritos.
Quais as caraterísticas que destacaria no desenvolvimento emocional do seu filho? De que forma o estimulou? Conte-nos a sua experiência pessoal.
Algumas fontes: cdc parents kamloopschildrenstherapy pt.slideshare zerotothree
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